quinta-feira, 31 de julho de 2014

A Derrota ao Improviso.

Vivemos nessa copa do mundo, o pior cenário que uma seleção ou até mesmo um clube de futebol pode aguentar, pode parecer exagero porém aos que vivem o futebol intensamente sabem e sabem muito bem que uma derrota com um placar extremamente alargado como a seleção sofreu nessa copa (me refiro ao 7x1) é uma derrota extremamente humilhante, isso se agrava quando acontece diante de seu próprio torcedor, piora ainda mais quando você mesmo provoca uma expectativa maior ao jogar contra você mesmo, uma responsabilidade com a qual não há qualquer garantia de cumprimento (Luís Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira declaram mais de uma vez o amplo favoritismo de nossa seleção levar a copa), por fim como não se bastasse a humilhação da derrota, você destoa de uma seleção completamente despreparada, seja psicologicamente para o embate, quanto também taticamente. Com isso concluo que nossa derrota foi além da moral, foi para que dessa vez de fato seja a derrota contra a soberba em nossos profissionais do ramo e que finalmente se passe a gerir o esporte de forma profissional, forma essa que já é feita a muitos anos nos principais centros do futebol no mundo.




Agora de fato o que essa derrota mudou em minha vida? Olhando de um lado extremamente frio (sendo eu um fanático por futebol e pelo meu clube) absolutamente nada, e de fato não deve ter mudado em muita coisa a mais para milhares de outras pessoas, contudo diante de um questionamento esse ponto pode mudar, mudamos o sentido da frase e colocamos ela em um ponto de questionamento da seguinte maneira, o que esse 7x1 pode mudar em sua vida? Bom parece que agora ao menos para mim, o sentido mudou completamente e podemos a partir disso elencar alguns pontos.

1-      Inicialmente mencionei a derrota do improviso:

Digamos que considerei a derrota da seleção brasileira, que ao meu ver vem de antes dessa partida contra a Alemanha uma falta de preparo total em todos os sentidos, pois bem, levando isso para o meu lado profissional, eu vejo que ao assumir compromissos no meu trabalho com o qual não posso arcar seria uma derrota não só pessoal (pois seria visto como mentiroso ou incompetente, perante meus colegas de trabalho e principalmente ao meu chefe), ou seja, ao tentar improvisar uma qualidade com a qual eu não tenho, pura e simplesmente para me promover, acabou tendo resultados drásticos na minha vida pessoal e em minha carreira. A seleção brasileira provou disso, só resta saber quais serão os resultados.

No lado empresarial da coisa, eu como manager ou presidente de minha própria cia, necessariamente preciso ter um pouco desse dom do improviso, contudo para tudo na vida existe um limite e ele deve ser respeitado, então aplica-se um conceito semelhante a isso também no ramo. Afinal de contas você não vai tentar improvisar o balanço financeiro de sua empresa e muito menos um contato com uma língua que você não conhece com um possível investidor ou cliente para o seu negócio, seria mais um de muitos casos condenáveis de improviso. Para finalizar então achei um ponto legal que esse 7x1 poderia mudar em minha vida.

2-      A Soberba:
O futebol brasileiro é cercada dessa chamada soberba, talvez não só no futebol, porém focando apenas no esporte nesse momento, nós podemos notar facilmente a nossa mania de grandeza, queremos a todo momento impor a nossa supremacia, seja falando que temos 5 títulos mundiais, que temos o maior estádio do mundo, a nossa torcida é a mais apaixonada e o melhor jogador da história é brasileiro, e por ai vamos falando muito mais. Pois bem outro grande pecado pessoal, profissional e empresarial que eu de fato ao pensar em como a seleção é coberta de ser o melhor do mundo ou da galáxia eu teria muito cuidado após a esse 7x1.

Tanto no ramo pessoal quanto profissional, além de ser extremamente deselegante a sua auto afirmação em ser o melhor comediante da mesa de bar, o melhor economista do brasil ou o melhor empresário do planeta é também muito perigoso, o que para ser o melhor comediante da mesa de bar você em tese não precisa de treinamento, salvo que você realmente deseje ser, porém profissionalmente falando, você se auto promover demais pode acabar sendo uma armadilha para não enxergar que você está ficando ultrapassado e precisa de reciclagem, no ramo empresarial você pode perder oportunidades de modernização do seu modelo de negócio, pois você simplesmente acreditou muito em suas capacidades e esqueceu completamente de acompanhar a evolução, e hoje essa evolução acontece cada vez mais rápida e com a mesma velocidade ela pode ser capaz de engolir você de tal forma que não teria mais como voltar. Então o ponto dois seria não acreditar 100% em meu talento e achar que ele eternamente irá resolver tudo sozinho.

Portanto posso dizer que esse 7x1 trouxe ou pode trazer reflexões sim em minha vida, em algumas páginas eu fui capaz de elencar diversas reações e ações em que deveria tomar cuidado em não tomar, para que na vida pessoal e profissional eu não leve de 7x1, posso dizer que o mais me marcou nisso tudo e que é uma coisa que aprendi na vida e espero nunca esquecer é conhecer meus adversários (para ficar no termo do futebol), notei um espanto muito grande nas pessoas conforme os gols foram saindo, claro nem eu mesmo que já esperava uma derrota por estar enfrentando uma seleção que 1 ano antes o time base dela assombrou o mundo vencendo todas as competições possíveis, porém um espanto acima do normal e uma confiança exagerada em nosso futebol. Com isso acho que esse seria o maior exemplo, conhecer minhas dificuldades, barreiras e tudo mais que possa aparecer em minha frente, para que possíveis tombos não sejam demasiados duros, e que possíveis caminhos eu possa criar para driblar (estilo a Messi e Neymar) todas as dificuldades e que possa vencer com um mínimo de arranhão possível (Como Fernando Alonso em sua Ferrari e Anderson Silva em seus grandes momentos).

Essa foi a visão de um economista em formação, um empresário saindo do berço e de um brasileiro como qualquer outro que sentiu vergonha, raiva e deseja uma mudança significativa de nossas atitudes, seja dentro de campo, seja na política mas como em todo sempre pensando no bem estar social. Pensando bem esse 7x1 até que rendeu muita coisa e espero que todos gostem dessa reflexão.

Com muito carinho e atenção.

Rodrigo Fenandes.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Campeonato Brasileiro 2014, pequenos públicos, pequena qualidade, altos preços.

A cerca de 3 semanas se iniciou o campeonato brasileiro de futebol de 2014, passado esse momento já voltamos a cair em velhos debates que passam pela qualidade do futebol apresentado e o preço médio de ingressos praticados pelos clubes, em especial nas novas arenas. Notamos que o preço baixo faz diferença mas que também a boa promoção do evento é capaz de levar muita gente ao estádio. Sim estou me referindo aos jogos do Fluminense e São Paulo em seus mandos com baixos preços, o Fluminense por exemplo teve o ingresso mais barato custando R$ 10,00 no último sábado que resultou em quase 45.000 pagantes e pouco mais de 50.000 presentes no estádio, torcedor esse motivado pelo preço, mas também motivado pelas belas apresentações que o clube vinha apresentando desde a chegada do seu novo comandante Cristóvão Borges. Já o Corinthians através de uma bela promoção do jogo que marcaria assim a despedida do clube do Pacaembu conseguiu levar pouco mais de 36.000 pagantes ao estádio do Pacaembu, mesmo se cobrando um pouco mais caro pelo ingresso. Esses exemplos são importantes para se mostrar que existe um potencial a ser explorado no futebol brasileiro e que é dever da imprensa e em especial dos dirigentes diretamente envolvidos com o espetáculo tornem isso possível.


Exemplos do Flamengo e Atlético MG precisam ser também citados, é a prova que a combinação de preços elevados com péssimo futebol é simplesmente a combinação de estádios vazios e de certa forma prejuízo não só financeiro mas na imagem do clube e do campeonato, no caso do Flamengo ainda mais grave, pois esse time e historicamente também, o Flamengo costuma ser puxado para frente quando o calor de sua torcida empurra o adversário para baixo. Portanto cobrar preços abusivos ao futebol de péssima qualidade, reflete em estádio vazio e o Maracanã do tamanho que é, representa um estádio frio, tornando o maraca em praticamente um campo neutro para o adversário, essa questão é menor pertinente por exemplo, no caso do Atlético Mg, que joga no independência de capacidade de público completamente inferior ao ex maior do mundo.


Outro ponto que me chama atenção e me incomoda de forma constante e cada vez maior, é maldita catimba que persiste na cultura do nosso futebol, é um espetáculo de saltos e encenações feitas pelos atletas, que mais parece um peça teatral com um tom de drama de novela mexicana daquelas que costumavam ir ao ar no SBT. Diante disso ainda contamos com ajuda dos árbitros em marcarem falta a qualquer contato entre os atletas e posteriormente com erros gritantes em marcações de penalidades ou não. Aos que assistem por exemplo, a Premier League (1º divisão inglesa) e a Bundesliga (1º divisão alemã) nota uma grande diferença do futebol jogado por lá, que é extremamente compacto com inclusive os clubes de menores investimentos jogando fechando os espaços e oferecendo forte resistência aos maiores e principalmente um futebol jogado, sem o cai cai e todo drama que estamos acostumados a assistir a cada contato físico no futebol brasileiro.


Posso estar sendo completamente cego e rigoroso, contudo vejo uma perda total de qualidade no futebol apresentado em nossas terras, e isso vem ocorrendo a anos, vejo nossos treinadores em grandes maioria ultrapassados e infelizmente super valorizados se achando o dono da razão, com velhas desculpas de orçamento e de o campeonato brasileiro ser o mais disputado do mundo. Contudo o que nos é apresentado é futebol arcaico, ou seja, um futebol lento, travado e com muitos espaços, fora a nossa tradicional malandragem como forma de resolver um jogo, afinal de contas quantas faltas estranhas foram marcadas que não resultaram em um gol de bola parada que decidiu um jogo? Estamos na hora de refletir para qual caminho irá seguir o nosso maior esporte, caso contrário estaremos fadados a mais e mais posts semelhantes ao atual.




terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A incapacidade ao individual

Começo meu artigo questionando meu próprio título, que diabos seria a incapacidade ao individual? Isso soa no mínimo de forma curiosa e de fato é sim bastante curioso. Tenho notado constantemente em debates (alguns calorosos) sobre as questões políticos e sociais brasileiras, e em quase todos os casos eu me deparo com uma generalização das coisas, essas “coisas” chamo de ideias e palpites extremamente perigosos e quase sempre maldosos de quem o faz.

- A desigualdade social:


Em muitos debates sobre programas assistencialistas do governo em um grupo de classe média eu tenho notado um crescente ódio da classe, aos favorecidos pelo programa. Nas críticas ao programa encontra-se o famoso bolsa família, as cotas e agora o livre acesso ao transporte público aos universitários. Participantes do debate questionavam que o excesso de benefícios torna o beneficiário preguiçoso (usando seus termos, eles acordam as 11 da manhã). Ai entra o individual, atitude de x elementos podem classificar por todos? Primeiro apontamento ao título tão estranho. Vamos agora questionar o programa, eu e acredito que muitos defendem a existência dos programas sociais, são uma espécie de remédio do Estado contra o próprio Estado que não cumpre com suas obrigações, em especial pela péssima qualidade do ensino público. Mas o programa por conta disso deve existir dessa maneira sem contra partida? Seria mais lucrativo no longo prazo para as contas públicas que o Estado incentivasse (via continuidade no programa) a qualificação desses que recebem o benefício, pois bem, pessoas com até 45 anos tem saúde suficiente para trabalhar. Portanto cria-se condições para isso e o Estado sim pode criar.

- Violência:


A violência é outro importante ponto que me leva ao título, os crimes vistos pela sociedade são vistos sempre como o negro ou o pobre fruto de toda violência das cidades, o favelado de forma geral é visto como criminoso, existem aqueles que defendem o extermínio nas favelas como forma de combate ao crime nas grandes cidades. Então vamos combater violência com violência mas somente dentro das comunidades, então mais fácil que punir um indivíduo e punir toda a classe? Parece exagerado de minha parte leitor, porém não é! A classe média deseja ansiosa o fim dos menos favorecidos, culpando os mesmo por todas as tragédias do país! Os menos favorecidos por sua vez olham para a Classe média desejando chegar até eles (Nível de consumo) mas o detestam e nessa briga de gato e rato a sociedade torna-se dia após dia mais violenta, e pior tirando o foco do problema de quem deveria.

- Política:


Esse talvez seja o ponto mais contraditório do artigo, é comum a classe média culpar os menos favorecidos pelo resultado das urnas, quem nunca ouviu coisas como “Culpa de moradores da região X se venderam por um BRT” “Culpa do nordeste que vota inteiramente no PT”. Caros a classe média representa o maior grupo do colégio eleitoral do Brasil, grupos que votam pela melhoria no transporte público não ignorantes, são como você que vota pelo aumento do seu bem estar social que se resume fácil acesso ao consumo e sua ilusão de riqueza. Agora quem permitiu isso? Sim meu caro, infelizmente sim foi o PT com o Governo Lula, que através de liberação do crédito e redução de impostos impulsionou o consumo para você. Então você que crítica o trabalhador por votar em um candidato X por melhorias no transporte público, por sua vez não deveria se auto criticar por votar em melhorias ao acesso ao consumo? O voto raramente é escolhido de outra forma a não ser o seu próprio bem estar, assim sempre foi e assim sempre será! Não adianta generalizar uma classe e culpa-la por todos os problemas da vida!
Por fim a minha crítica “geral” é contra o geral! Sim contraditório dessa forma! Precisamos ser mais precisos, nosso sistema judiciário reflete isso, nossas medidas de combate ao crime nos estádios é um excelente exemplo, não se pune o indivíduo, mas sim o grupo (torcida organizadas). Vejo isso com um enorme contra senso na sociedade brasileira hoje, sobra generalização, sobra luta de classes e sobram culpados! Mas culpados de forma individual, reflita sai do senso comum, procure seus verdadeiros mártires, não generalize um grupo não pode responder por um indivíduo e um indivíduo não pode se sobrepor ao geral, causando mazelas social a aqueles que cuspe e rosna ao geral.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

E Se o Rio de Janeiro Fosse a Suíça?

Frequentemente em um debate sobre as questões sócio econômicas do Brasil em comparação com outras nações sempre chegamos a um ponto de comum acordo “Não podemos comparar o Brasil com a Suíça (ou qualquer outro) devido ao seu tamanho territorial”. Perfeito realmente é covardia comparar uma administração pública de um país cujo o seu tamanho territorial é menor que o Rio de Janeiro (43.696,054 km² x 41.285 Km²) e com uma população mais do que o dobro inferior que o Estado do Rio de janeiro. Sendo assim resolvi fazer uma comparação (cruel eu sei) entre o Estado do Rio de Janeiro e a Suíça, certamente teremos algo muito curioso a ser debatido até o fim desse tópico concordam?


- Rio de Janeiro:

PIB: R$ 462,376 Bilhões (2011);
PIB per Capita: R$ 28.696,42;
IDH: 0,761 (2010).



- Suíça:
PIB: R$ 601,949 Bilhões (2011);
PIB Per Capita: R$ 85.098;
IDH: 0,913

Logo de cara percebemos a soma de tudo que é produzido no Rio de Janeiro (PIB) com tudo que é produzido na Suíça (comparação cruel) porém estou levando em consideração o tamanho territorial. A diferença é superior a R$ 100 Bilhões de reais. Comparamos agora o Pib Per capita entre ambos, lembrando que o pib per capita representa o quanto cada habitante produziu em determinado período, em outras palavras ele serve para medir a divisão da riqueza produzida. Notamos que o Pib per capita do Rio de Janeiro é muito inferior ao Suíço, explicando assim tamanha desigualdade existente no nosso Estado.

- Principais atividades:

·         Rio de Janeiro: Caracteriza-se pela prestação de serviços e contrário ao seu vizinho e cidade mais rica do País, São Paulo, o Rio de Janeiro não é uma cidade considerada de indústria forte, o Estado do Rio de Janeiro também apresenta uma agricultura pouco relevante, mesmo tendo uma área territorial considerável. 62,1% do que é produzido no Estado é fruto dos serviços, com destaque ao setor de telecomunicações, onde a capital hospeda as maiores empresas do país nesse ramo (Tim, Oi e Embratel). Seguindo temos a Indústria com 37,5% do Produto interno bruto, com destaque a indústria química e farmacêutica e ao petróleo no interior do Estado (Bacia de Campos). Juntos esses setores representam 99,6% do que é produzido na cidade.
·         Suíça: Destaca-se no país um sólido e criticado sistema financeiro e uma indústria especializada de alta tecnologia. Os sigilos bancários oferecido pelos suíços os tornaram o paraíso fiscal do mundo, onde bilhões de dólares do mundo inteiro procuram suas instituições financeiras para refúgio, é levado em consideração também, sua moeda forte e estável. A agricultura representa 1,2% do que é produzido no país, que tem como destaque os serviços que ultrapassam os 70% seguido pela Indústria com 27,5%. A taxa de desemprego também é muito baixa, com aproximadamente 3,7%.
 - Educação

Rio de Janeiro: O Estado tem 6,6% da população até 15 anos analfabeta e 14,4% da população com a mesma idade considerados analfabetos funcionais, esse é uns dos pontos mais criticados não só do Estado mas como um problema na esfera nacional.
Suíça: A educação na Suíça é visto como algo primordial e tem fama pela sua qualidade, no país a maioria da população estuda em escolas públicas e ao contrário do comparado Estado do Rio de Janeiro, são de extrema qualidade, onde o aluno é obrigado no seu 4º ano de estudo aprender a sua primeira língua estrangeira, outro ponto marcante é que todas as crianças são obrigadas a frequentar no mínimo 9 anos de escolaridade. Parte importante e fruto de uma boa educação a Ciência e tecnologia são fontes importantes para o desenvolvimento econômico suíço.

- Infraestrutura

Rio de Janeiro: Assim como no País inteiro, o Estado sofre com uma infraestrutura atrasada, a forma de escoamento da população é feita predominantemente por rodovias, através de ônibus de péssima qualidades assim como estradas, a telecomunicação além de deixar a desejar, custa muito caro o que representa um atraso seja pessoal como também para o ramo empresarial (aumentando consideravelmente seus custos). A cidade tropical sujeita a muitas chuvas, sofre a cada dilúvio de pouco mais de 10 minutos, sempre custando muito caro os danos por ela causado. A capital conta com dois aeroportos porém ambos defasados e ineficientes.

Suíça: Conta com aeroportos muito modernos e eficientes, a população conta com uns dos melhores sistemas de transporte público da Europa, que inclui Trens, Ônibus de extrema qualidade com respeito a horários (semelhantes ao BRT de Curitiba e agora Rio de Janeiro) e teleféricos, sendo predominante  o uso de transporte elétricos, os raros atrasos e a precisão do tempo, fazem a população escolher esses transportes para locomoção. As auto estradas que cruzam o país não contam com sistema de pedágios como visto aqui, sendo que cada carro necessita utilizar auto colantes para comprovar o pagamento das taxas para a utilização dessas estradas.

A política suíça é dividida entre o sistema federal que vela pela política exterior, a economia nacional e as forças armadas. Em segundo temos a cantonal que é independente e vela pelo seu próprio sistema de saúde e educação e inclusive escolhe a sua religião oficial. Por último temos o sistema comunal. O sistema político é direto sendo assim cada cidadão terá o direito de escolher seus representantes, é comum a realização de referendos seja federal ou cantonal, importante salientar que uma decisão federal não implica dizer que será aplicado em todos os cantões, caso um se negue, ele será plenamente respeitado, sendo apenas as leis da política exterior que necessitam de aprovação de todos os cantões.

Resumindo, notamos diversas diferenças políticas, culturais entre eles e a nossa cidade carioca, mas e a pergunta feita no título do nosso texto? Se o Rio de janeiro fosse a Suíça, em outras palavras, se nosso sistema político fosse mais eficiente e justo com a população (redução do índice de corrupção) o que leva uma nação com um espaço territorial menor que o nosso, produzir mais? Entendemos a diferença territorial, cultural e entre outras diversas coisas que nos diferenciam, mas ainda assim devemos nos questionar, uma cidade ou uma nação com um território que temos deveria produzir mais, e sim partilhar mais, a fórmula de sucesso é única e se passa no investimento do indivíduo e nisso pecamos desde o nosso nascimento, posterior a isso é necessário fazer a lição de casa e dar condições de sobrevivência dignas ao mesmo individuo (trabalho, saúde e locomoção). Está na hora as eleições novamente se aproximam e eu gostaria muito de ver a nossa sociedade buscando o novo, não podemos mais aceitar o sistema político que nos apresentam, opressor, corrupto, mentiroso e acima de tudo ineficiente. Vamos contestar, vamos à luta! Caso contrário seremos vítimas de nossas escolhas eternamente. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Rolezinho Paulista

Essas últimas semanas foram marcadas por mais um movimento originado pelas redes sociais e que novamente terminaram com correria e confusão. O rolezinho paulista desde então vem desencadeando uma série de reações dentro da sociedade, favorável ou não da causa.

- O movimento: O Rolezinho inicialmente tinha como objetivo protestar contra o fim dos bailes funks nas ruas, praças e espaço público da cidade de São Paulo, o que levou aos cantores de funk a criar o movimento. A medida obviamente polêmica é também preconceituosa, querendo ou não o funk é tão música como qualquer outra, a alegação de que ele gera brigas entre outras coisas também não pode ser levada como justificativa, puna-se quem descumpre a lei individualmente e não o grupo todo.



Passado o movimento que fora vetado inclusive pelo Prefeito Fernando Haddad, jovens seguiram com o movimento, mas o intuito dessa vez era diferente do original, que envolvia ações de qualquer outro jovem, como paquerar e etc. A grande questão a ser questionada sobre o tema, é ver como a sociedade reagiu a isso, em especial como a classe média de alto padrão frequentadores do shopping, reagiram a presença de uma classe menos favorecida dividindo o mesmo ambiente que os deles, e foi justamente essa reação de medo e em muitos casos preconceito que gerou toda a confusão que acompanhamos nos jornais e quem tem gerado comentários e comportamentos perigosos a sociedade.


- A Reação: Incomodados com a presença dos jovens dentro das lojas e do shopping, lojistas acusaram (em alguns casos sem prova) de terem acontecido furtos em suas lojas, isso motivou a presença da polícia e em alguns casos até uma ação na justiça proibindo a entrada dos jovens ao shopping. Isso ao meu ver é uma medida extremamente grave, o shopping como muitos alegam é um espaço privado, porém de acesso ao público, ele é diferente da sua casa por exemplo, proibir a entrada de um grupo social diferente do costume da região, é preconceito, é crime e é capaz de gerar muito ódio e problemas sociais seríssimos na sociedade. Compreendo bem o lojista que tem sua mercadoria e sua loja como meio de sustento e é necessário defende-la, mas de todo o modo, todos são segurados e não existe a necessidade de criar grupos seletos. Ouvi dizer em Apartheid que considero um exagero, pois entendo que a segregação nesse caso não está sendo racial, mas sim numa classe como um todo, a separação não ocorre só pela cor e sim pela sua condição (Pobre) e a ação reacionária da classe média é muito mas muito perigosa e já foi de causar muitos problemas e graves em todo mundo, a história nos conta e a mesma história que deveria servir de exemplo para quem em 2014 esse tipo de situação ainda não fosse corriqueiro. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O PT foi o melhor governo que podemos ter

O primeiro post de 2014 começa com essa singela frase como título, frase essa ao qual tenho rotineiramente escutado dos defensores do governo Dilma e claro dos inúmeros seguidores do Partido dos Trabalhadores no Brasil. Mas diante de tantas notícias e previsões ruins de fato essa afirmação por parte deles é verídica?

O governo Lula em especial marcou o início da luta intensa contra a miséria no Brasil, desde então de 2003 até hoje milhares de brasileiros foram beneficiados por programas sócias criados ou reformulados pelo governo Lula, destacando-se o Bolsa Família. De fato podemos afirmar que fora um programa de suma importância e de muito sucesso, onde o mesmo alavanca milhares de votos ao PT que politicamente trabalhou muito para vincular a existência do programa ao partido (dando a entender que a troca de partido seria o fim)
Lista dos principais programas sociais do PT:

- Bolsa Família;
- Minha casa, Minha vida;
- Mais Médicos.

Jamais questionarei a legitimidade de um programa social, eles são de suma importância para correção da desigualdade no Brasil que vem de longa data, além do mais, qualquer pais decente que se prese, utiliza-se de programas sociais buscando sempre a diminuição da desigualdade e geração de oportunidades a todos. O ponto a ser questionado é onde fica a contrapartida para os tantos programas existentes e que podem estar por vir? Questionamento esse que falta ao meu ver para muitos brasileiros, ao mesmo tempo que avançamos no aspecto social, estagnamos no aspecto produtivo.


A educação, a saúde e a segurança são temas batidos e corriqueiros em qualquer debate político, onde em tempos de eleições são usados diversos números (que não dizem nada) para defender governo X, Y ou Z. De fato caro leitor nós não conhecemos um plano educacional a décadas, o mesmo é bom lembrar vem sendo deteriorado desde o governo militar, e entra governo e sai governo escutamos sempre as mesmas coisas, investimos x na educação, criamos y escolas e o resultado na prática se não é o mesmo é cada vez pior. Nossa economia passou um boom puxado pelo preço das commodities (fruto do efeito China) e fruto da expansão do crédito, aliado ao crescimento do classe C (beneficiada pelos programas sociais), nossa taxa de desemprego também veio ladeira abaixo e permitiu que a política de consumo do governo obtivesse sucesso. Essa sensação de bem estar (falsa) acaba sendo influenciada na nossas escolhas na hora do voto. É contudo importante notar que vivemos a 4 anos em clima de alta inflação (acima do centro da meta 4,5%) e com taxas de crescimento do PIB a taxas ridículas (não vale usar 2010, quando crescemos 7,5% de nada que no caso seria 2009).


Caros isso é fruto do não investimento nos últimos 7 anos em infraestrutura (de péssima qualidade) e fruto de uma educação de péssima qualidade que nos ronda a mais de 20 anos, nosso custo de produção é elevadíssimo, a produtividade do brasileiro é baixíssima (fruto da baixa escolaridade), fruto de um Estado paternalista e extremamente inchado, essas questões são tão importantes quanto aos programas sociais, são elas que darão sustentação (renda) para permitir que os programas sócias cresçam e tragam benefícios para mais brasileiros. Infelizmente o governo atual e o governo passado pecaram muito, vimos no final de 2013 uma luz no fim do túnel com as concessões públicos – privados para reparar parte do nosso atraso em infraestrutura, é necessário agora se olhar para a educação, 20% do PIB não basta, precisamos ser ousados, precisamos de reforma de verdade na educação, que passa por uma boa infraestrutura para os alunos, bons salários para os professores e principalmente da recuperação da família, sem essa última estaremos condenados ao pragmatismo que nos cerca a décadas, e seremos motivo de piada por muitos anos.

Por fim desejo mais ética e moral para toda a sociedade em geral, desejo um ano de sucessos para todos e que possamos ser felizes no início da campanha eleitoral que nos aguarda.

Até a próxima!  

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Rumos da política Carioca

Chega a dar pavor em exercer meu direito ao voto nas próximas eleições para o Governo do Rio de janeiro em 2014. Ao analisar a lista podemos observar uma lista de candidatos já famosos na cidade e que levanta uma questão. Estaria a política carioca morta?

Vamos primeiro a lista de Pré candidatos.

Anthony Garotinho (PR): Governador do Rio de Janeiro em 1998 tendo derrotado o então hoje governador Sérgio Cabral Filho, em seu mandatado fora inaugurado a estação Siqueira Campos do Metro do Rio de Janeiro, governo marcado também por fortes questões populistas, como a criação do Restaurante Popular.

César Maia (democratas): Prefeito do Rio de Janeiro em 3 oportunidades, 1994, 2002 e 2006, César Maia é sem dúvidas o candidato com mais experiência entre os concorrentes, isso não faz dele o mais preparado ou o melhor candidato. Essa permanência na prefeitura da cidade pesa contra o candidato que carrega consigo o desgaste natural do cargo, fora uma série de suspeitas de irregularidades.
Cesar Maia se destacou no primeiro mandato ao iniciar uma série de obras de melhorias de infraestrutura na cidade carioca, com isso lançou os projetos Rio-Cidade e Favela Bairro, projetos esse que destacamos a construção da Linha Amarela (importante via expressa do Rio de Janeiro). Porém após considerado um bom primeiro mandato os mandatos seguintes foram marcados por diversas obras acusadas de superfaturamento.


Marcelo Crivella (PRB): O ministro da Pesca e senador tentou algumas diversas vezes o governo do Estado sem obter a vitória em todas as tentativas, Crivella carrega consigo o apoio da Igreja Universal e da Emissora de TV Rede Record. Seu maior feito político talvez seja o Projeto Nordeste, movimento que tinha a finalidade de tornar produtivas terras que estavam abandonadas pelo governo federal, na cidade baiana de Irecê. O projeto tornou viável na região o desenvolvimento agrícola e pecuário, a partir de modelos de irrigação que Crivella observou em várias viagens a Israel.


Jandira Feghali (PC do B): Candidata à prefeitura da Cidade em duas oportunidades (2004 -2008) Jandira mais uma vez não demonstra muita força para assumir o comando da cidade nos próximos 4 anos, como deputada federal Jandira foi bastante ativa, talvez muito mais que os seus concorrentes ao governo do Estado esse ano. Como destaque aos seus projetos podemos destacar a lei Maria da Penha cujo redação final é fruto do parecer de Jandira, podemos destacar também a sua participação na CPI da Previdência Social. Mesmo diante de muitos feitos como Deputada Jandira não é umas das candidatas com mais intenções de voto do eleitorado.
Lindbergh Farias (PT): A candidatura de Lindbergh já de cara marca o retorno do PT na política carioca, cortando uma relação de apoio tradicional no Rio de Janeiro com o PMDB, Lindbergh é junto com Anthony Garotinho os candidatos com maiores índices de intenção de voto. Lindbergh se destaca pelo grande histórico político quando ainda era filiado primeiro ao PC do B e depois ao PSTU, esse segundo o impediu duas vezes de assumir o posto (reeleito) como deputado federal e posteriormente como vereador, ambos pelo mesmo motivo que fora o coeficiente eleitoral que seu partido não atingiu.

Lindbergh então filia-se ao PT para apoiar a campanha de Luís Inácio Lula da Silva em 2002, ele Lindbergh como muito crítico ao governo FHC onde liderou as lutas contra a privatização da Vale da Telebrás, com sua visão de extrema esquerda, Lindbergh foi eleito prefeito da cidade de Nova Iguaçu em duas oportunidades em 2004 e reeleito em 2006 e ainda se viu frustrado pela aliança do PT com o PDMB que apoiou a candidatura de Cabral ao governo do Estado em 2010, impedindo assim a presença de Lindbergh na campanha.

Como prefeito da Cidade de Nova Iguaçu, umas das mais importantes cidades da Baixada Fluminense, Lindbergh tem como destaque no primeiro mandado a criação do programa Bairro Escola (educação era sua bandeira), programa esse que recebeu o prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local.
Bairro Escola: O projeto, iniciado em 1997, no bairro da Vila Madalena em São Paulo, tem o desafio de transformar a comunidade em um ambiente de aprendizagem que amplie os limites das salas de aula. Assim, a educação se transforma numa responsabilidade coletiva, com a articulação permanente entre professores, gestores e parcerias públicas e privadas, além da família. Busca-se, com isso, criar uma rede interdisciplinar capaz de utilizar todas as oportunidades do dia-a-dia para a realização de uma educação integral.

Objetivos
• Identificar o ambiente local como espaço para a educação não-formal
• Construir alianças entre diferentes atores, incluindo as três esferas de governo, o empresariado, as organizações sociais, as universidades e, principalmente, as crianças e jovens, agentes e beneficiários dessas mudanças
• Atingir as escolas para aprender e desenvolver inovações pedagógicas, junto com os professores
• Enfatizar o papel da educação na formação de indivíduos autônomos e solidários, dentro e fora da escola
• Sensibilizar as lideranças comunitárias e desenvolver entre elas um olhar educativo que seja capaz de atender às demandas do aprendizado permanente. 

Como os demais candidatos Lindbergh também sofre diversas acusações, dentre elas a suspeita de superfaturamentos em licitações e a criação do “mensalinho” na câmara de Nova Iguaçu. Lindbergh por sua vez é único que representa uma renovação da política carioca, sendo ele cara nova como candidato ao governo do Estado.

Luis Fernando Pezão (PMDB): Candidato tido como favorito até as manifestações na cidade em junho desse ano, Pezão representa a continuação do governo ditado por Sérgio Cabral nos últimos oito anos, Vice governador do Estado, Pezão em tese representa também uma novidade entre os pré candidatos anunciados, porém está longe de ser uma grande euforia entre o eleitorado, onde a imagem do PMDB está completamente arranhada. Sua história política começou como vereador em 1980. Além disso Pezão foi prefeito de Piraí em duas oportunidades 1996 -2000 e 2001 – 2004, Curiosamente Piraí passou por um grande desenvolvimento nesse período e sendo referência de gestão pública no período.

Em 2006 Pezão se tornou vice governador da cidade do Rio de Janeiro e foi secretário de obras, responsável pelas obras do PAC e a construção do Arco metropolitano projeto muito ambicioso mas infelizmente abandonado e passados cinco anos nenhum trecho ainda fora inaugurado. Pezão é ainda acusado de superfaturamento na compra de Ambulâncias que causou um extremo mal estar na opinião pública na época e esquecido desde então.

Miro Teixeira (PROS): O eterno deputado Federal Miro Teixeira está de volta à cena, deputado federal desde a década de 70 candidato pelo MDB pelo antigo Estado da Guanabara, Miro Teixeira é sem dúvidas o candidato com maior tempo na vida política, mas é também o mesmo com pouquíssimos feitos a serem destacados, candidato à prefeitura em 1996 passou longe encerrando a campanha na 4º colocação. Talvez a sua carreira política chegou ao ápice quando o mesmo assumiu o ministério da comunicação em 2003, fruto da aliança do PDT com o PT, aliança essa rompida um ano depois e que culminou na retirada de Miro do cargo.
Sua ideologia política é um tanto confusa, de uma ideologia de centro direita apoiado por Tancredo Neves, Miro passou a apoiar Leonel Brizola seu antigo opositor e filiou-se ao PDT, passando assim a defender partidos de esquerda. Miro confirmando a candidatura aparenta não ter a menor chance de vencer as eleições no final de 2014.

Retomando a pergunta no início do Post nos questionamos sobre a política carioca, estaria ela condenada ao pragmatismo? E o mais curioso e interessante pesquisar, se esse movimento de pouca renovação acontece também em outros estados e também em esfera nacional.